Diferente do pseudônimo (nome falso), o heteronômio lhe exigia que o seus escritos carregasse a personalidade de determinado nome. Pessoa foi composto de muitas pessoas. É dele a frase que desnuda aquele que está por trás dos personagens:
"O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."
Que fiquemos com mais um poema seu, já que a entrevista ficou na intenção. Fernando Pessoa morreu no dia 30 de novembro de 1935, mesmo ano em que escreveu estes versos:
Tudo quanto penso,
Tudo quanto sou
É um deserto imenso
Onde nem eu estou.
Extensão parada
Sem nada a estar ali,
Areia peneirada
Vou dar-lhe a ferroada
Da vida que vivi.
[...]
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