segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

As pessoas do poeta Fernando

Se um dia encontrasse com o escritor português Fernando Pessoa, seria difícil traçá-lo em um perfil sem antes pergunta-lhe quem representa. Durante seus 47 anos de vida, ele pôde abusar dos heteronômios. Do grego, héteros=outros + ónyma=nome. E foram vários outros nomes que criava, entre eles: Chevalier de Pas, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caiero.

Diferente do pseudônimo (nome falso), o heteronômio lhe exigia que o seus escritos carregasse a personalidade de determinado nome. Pessoa foi composto de muitas pessoas. É dele a frase que desnuda aquele que está por trás dos personagens:


"O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."






Que fiquemos com mais um poema seu, já que a entrevista ficou na intenção. Fernando Pessoa morreu no dia 30 de novembro de 1935, mesmo ano em que escreveu estes versos:



Tudo quanto penso,
Tudo quanto sou
É um deserto imenso
Onde nem eu estou.
Extensão parada

Sem nada a estar ali,
Areia peneirada
Vou dar-lhe a ferroada
Da vida que vivi.
[...]

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